Durante dois anos pude acompanhar de perto as categorias de base do Grêmio – que há anos estavam jogadas às traças – e sua evolução. Ainda que tenha minhas restrições com relação ao presidente Paulo Odone, não posso deixar de creditar a ele boa parte desta recuperação. Respaldado por profissionais que estavam mesmo a fim de dar um novo rumo ao departamento, apostou em Rodrigo Caetano, então coordenador das categorias, que mostrou serviço e o resultado começou a aparecer. Penso que o mais importante aconteceu: a mudança de filosofia sobre a importância de investir nos guris, ainda que o retorno seja a longo prazo. A valorização da base como formadora de profissionais e, por isso, a necessidade de um trabalho multidisciplinar e integrado com o departamento profissional, possibilitando um melhor acompanhamento em todas as áreas.
Aprimorar e focar o futebol, mas também cuidar da cabeça dos garotos que, desde cedo, aprendem a conviver com responsabilidades e cobranças, mas que nem sempre conseguem assimilar a ponto de fazer do limão uma limonada. Isso pesa e, assim como presenciei o crescimento de muitos desses garotos que hoje estão entre os profissionais, nesses dois anos também vi muitas “promessas” sucumbirem à pressão e à falta de preparo.
Foi legal ver os meninos jogando no sábado e dando conta do recado quando o time mais precisava. Eles foram valentes e não tremeram diante da obrigação da vitória. Mas agora precisam de uma continuidade. Não podem simplesmente ser esquecidos e chamados somente quando o cinto aperta. Não que passem obrigatoriamente à condição de titulares imediatos, ou que sejam vistos como solução momentânea, mas se tiverem realmente condições, que passem a ser aproveitados com maior freqüência.
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